Homero Mafra lamenta pronunciamento de Michel Temer e exige divulgação de áudios
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB-ES), Homero Mafra, repudiou de forma veemente o pronunciamento realizado na tarde desta quinta-feira (18) pelo presidente da República, Michel Temer, sobre as acusações de obstrução da Justiça que vem sendo imputadas a ele.
Para Homero Mafra, Temer não esclareceu os fatos e versões apresentados até agora. “O pronunciamento do presidente da República, Michel Temer, foi lamentável. Não esclarece os fatos, não esclarece as versões que estão sendo apresentadas, e mais do que nunca, o fim do sigilo com exibição dos áudios se torna imprescindível. O país precisa conhecer o que aconteceu nos desvãos dos palácios Alvorada e Planalto”, declarou.
O Conselho Federal da OAB, por meio de seu presidente, Claudio Lamachia, também já divulgou nota cobrando a imediata apuração dos fatos a respeito da noticiada obstrução da Justiça praticada pelo presidente da República, Michel Temer, e de recebimento de dinheiro por parte dos senadores Aécio Neves e Zezé Perrella. Veja abaixo:
São estarrecedores, repugnantes e gravíssimos os fatos noticiados por O Globo a respeito da obstrução da Justiça praticada pelo presidente da República e de recebimento de dinheiro por parte dos senadores Aécio Neves e Zezé Perrella.
A serem verdadeiras as notícias, o presidente Temer perde as condições para continuar a frente da Presidência.
A sociedade precisa de respostas e esclarecimentos imediatos. As cidadãs e cidadãos brasileiros não suportam mais conviver com dúvidas a respeito de seus representantes.
Por isso, as gravações citadas precisam ser tornadas públicas, na íntegra, o mais rapidamente possível. E a apuração desses fatos deve ser feita com celeridade, dando aos acusados o direito à ampla defesa e à sociedade a segurança de que a Justiça vale para todos, independentemente do cargo ocupado."
Por derradeiro, enfatizamos que o caminho há de ser o de seguir a ordem constitucional, sem espaço para medidas de emergência ou de arranjos institucionais. A Constituição é o porto seguro da cidadania. Nela encontramos a saída para momentos de extrema crise como a que agora vivemos.